:Trégua enganosa: 70 mil toneladas de bombas e 10 anos para tirar escombros

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Trégua enganosa: 70 mil toneladas de bombas e 10 anos para tirar escombros

Hamas entrega reféns israelense para a Cruz Vermelha no domingo (19)Imagem: Reuters

A primeira fase da trégua inicial de 42 dias pactuada entre Israel e Hamas teve início às 6 horas da manhã do domingo (19).

Dando início ao pactuado, entrou em campo, a todo vapor, a propaganda de guerra, onde o vale tudo interpretativo atenta a inteligência do normal cidadão pensante.

Propaganda de guerra

O pano de fundo é escondido pela propaganda de guerra. Joga-se com a euforia da suspensão de 470 dias de bombardeios.

Nesses 470 dias, tivemos um breve pacto anterior de cessar-fogo para possibilitar realização de trocas (2023). A guerra continuou e muito mais feroz.

O que está escondido e mostra o cenário real da situação é o seguinte: 70 mil toneladas de explosivos utilizados pelas forças militares de Israel. Cerca de 90% das residência dos palestinos moradores na faixa geográfica de Gaza foram destruídas. Pelos cálculos e a incluir as demais edificações não residenciais, como prédios públicos, mais de dez anos serão necessários para as remoções dos escombros.

Por evidente, milhões de dólares serão necessários para a reconstrução de Gaza.

Desolação

Nesse cenário de desolação, decorrente do ataque terrorista de 7 de outubro do Hamas, com 1.200 judeus barbaramente assassinados e 240 reféns, tivemos nessa guerra cerca de 47 mil palestinos mortos, a maioria civis não participantes do conflito bélico, segundo dados do Hamas. Do lado de Israel, que não fornece esse tipo de informe, são mais de 1,5 mil mortos.

Como todo mundo sabe, as guerras matam também por fome, sede, doenças e suicídios de desesperados. E a força militar, nos conflitos regionais, não garante paz duradoura.

No caso israelo-palestino, a raiz é profunda. Passou pelo fim do império Turco-Otomano, pelos interesses colonialistas de britânicos e franceses, e perpassa pelo não cumprimento integral da Resolução 181, de 1947, das Nações Unidas: dois estados para dois povos.

Na primeira fase do pacto, da suspensão temporária do cessar fogo por 42 dias, teremos a liberação por parte do Hamas de 33 reféns. Por parte de Israel, 69 mulheres e 21 menores de idade, todos palestinos.

Na cínica propaganda de guerra canta vitória o atual líder do Hamas, Mohammad Sinwar. Ele é irmão do ex- comandante de Gaza, Yahya Sinwar. O premiê israelense Netanyahu, que também canta vitória, fala em data histórica e em paz duradoura, sob seu comando, evidentemente.

Passados que condenam

Antes do terrorismo de 7 de outubro, Netanyahu amargava impopularidade, investigação criminal por corrupção e abuso de poder. Tentava, para suspender as acusações criminais, reformar o Judiciário, que dizia ser seu perseguidor. Para se manter no poder, fechou aliança com os radicais de ultra direita, expansionistas e supremacistas. Continuou com o apoio do seu partido, o Likud.

Netanyahu, então, iniciou a reação defensiva militar, com exageros a descaracterizar, à luz do direito internacional, a situação de legítima defesa. Mergulhou de cabeça em autorias de crimes de guerra e contra a humanidade. Teve, junto com o ex-lider de fato do Hamas, Yahya Sinwar, a prisão preventiva imposta pelo Tribunal Penal Internacional.

OLHAR APURADO

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Num golpe de sorte, reagiu contra o libanês Hezbollah e o Irã, que se desmoralizou internacionalmente pelos seus aiatolás imperialistas e sanguinários. Ainda mais, caiu a ditadura síria de 53 anos e as tropas de Israel, no vácuo de poder sírio, destruíram o seu arsenal bélico.

Hoje, em Israel, Nethanyahu passou a ser visto como um homem de visão geopolítica e geoestratégica. Seu lado sanguinário a propaganda de guerra não mostra, e ainda o apresenta como líder heróico.

Mohammad Sinwar, de 50 anos, é o irmão mais novo do eliminado Yahya, ex-lider interno e de fato do Hamas e por acaso morto numa batida no sul de Gaza, em Rafah. Coube ao atual líder a idealização e a construção dos túneis utilizados pelo Hamas, dentro de um projeto maior de ataque e eliminação do estado de Israel.

Apresentados na propaganda política como líderes vitoriosos, tentam, sob a ruínas de Gaza, mostrarem-se vitoriosos. Isso, até o reinício da guerra e até futuras tréguas.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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Fonte: UOL
Por: Redação
Data: 19/01/2025 22h41min

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