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CRISE CARCARÁRIA: Cinco facções atuam nos presídios do Paraná. PCC é disparada a mais ativa

Levantamento do setor de inteligência da Secretaria Estadual de Segurança Pública aponta que 2 mil membros do Primeiro Comando da Capital atuam no estado

Policiais que contiveram fuga em massa no Complexo Penitenciário de Piraquara, um dos polos do PCC no Paraná. Gerson Klaina/Tribuna do Paraná

Cinco facções criminosas atuam no sistema carcerário paranaense, conforme levantamento do Departamento de Inteligência do Estado do Paraná (Diep), setor da Secretária Estadual de Segurança Pública e Administração Penitenciária (Sesp) que identifica ameaças reais ou potenciais para subsidiar o trabalho policial. Das quatro, o Primeiro Comando da Capital (PCC) é disparada a mais ativa, com 2 mil integrantes e forte atuação no Complexo Penitenciária de Piraquara, de onde 26 detentos fugiram e dois morreram em rebelião no último domingo (15), bem como no presídio de Cascavel, no Oeste do estado, e de Londrina, no Norte.

Nas ruas, afirma o secretário estadual de Segurança Pública, Wagner Mesquita, a atuação do PCC no Paraná não é tão intensa como em São Paulo. “Aqui dificilmente há ações organizadas nas ruas. Quando há, é de gente de fora que vem ao Paraná cometer crimes”, compara Mesquita. Mesmo assim, o titular da Sesp enfatiza que a movimentação do PCC é significativa no Oeste do Paraná, em especial na fronteira com o Paraguai, principal porta de entrada de drogas e armas no Brasil, bem como nos municípios da região metropolitana de Curitiba.

Sindicato de agentes penitenciários diz ter informado Depen do risco de fuga em Piraquara

Segundo Mesquita, assim que entra no sistema carcerário, boa parte dos presos é batizada pelo PCC. Em um primeiro momento, isso acontece por sobrevivência. Mas, quando o detento ganha liberdade, acaba se afastando da facção.

Além do PCC, outras quatro facções são ativas no Paraná: a Máfia Paranaense, o Primeiro Grupo Catarinense (PGC), o Primeiro Comando do Paraná (PCP) e a carioca Amigo dos Amigos (ADA). Mas nenhuma tem a força do PCC. As duas facções mais atuantes após o grupo paulista somam apenas 177 membros: 140 da Máfia Paranaense e 37 do PGC, que é uma dissidência do PCC em Santa Catarina, responsável pelos incêndios a ônibus no estado vizinho em 2013. As outras, segundo o próprio secretário, têm apenas dois integrantes identificados cada uma.

Mesquita explica que desde outubro, quando foi constatado o racha entre facções, lideranças foram isoladas e a atenção sobre análise do sistema foi redobrada. Mesmo assim, o diretor jurídico do Sindicato dos Agentes Penitenciários do Paraná (Sindarpen), Ricardo de Carvalho Miranda, afirma que a presença das facções nos presídios está diretamente ligada à omissão do estado em cumprir a Lei de Execução Penal, que regula o tratamento que o preso deve receber no presídio, incluindo a separação conforme o crime cometido.

“Ao deixar de garantir aos presos alguns direitos básicos estabelecidos em lei, o estado permite que as organizações criminosas assumam seu papel ao fornecer advogados, remédios e roupas. Tudo isso acaba impactando no trabalho de ressocialização, porque o preso, ao receber esses benefícios, contrai dividas com as facções e depois precisa pagar. Em alguns casos, até com a vida”, explica.

Atuação do PCC

Historicamente, o governo do estado negava a atuação do PCC no Paraná. Mas desde 2015, a Sesp tem admitido a presença da organização criminosa no estado, mas sem mencionar números.

Em 2013, o Ministério Público paulista revelou que o Paraná só perdia para São Paulo em número de membros identificados da facção: 626. Na época, as autoridades paranaenses optaram por não comentar a ação do grupo por questões de segurança.

Três anos antes, porém, a Sesp começou a mapear e a identificar os membros do PCC nos presídios paranaenses. O ponto de partida foi o assassinato do agente da Polícia Federal (PF) Edson Matsunaga, que reagiu a um assalto a uma lotérica no Centro de Curitiba em 2010. Ao mesmo tempo, o Departamento de Execução Penal do Paraná (Depen) criava um setor de inteligência exclusivo para acompanhar a movimentação das facções nos presídios, o que levou as autoridades federais e estaduais a se unirem para dimensionar a ação do PCC no Paraná, dentro do Projeto Satélite.

A investigação da morte de Matsunaga apontou que representantes do PCC controlavam o tráfico de drogas no Centro de Curitiba. “Havia um controle da arrecadação e repasse de dinheiro [à facção]. Prendemos os autores, mas não adiantava só fazer um trabalho contra o tráfico”, alertou na época o então delegado da PF Wagner Mesquita, que coordenou a investigação e hoje é o titular da Sesp. A partir de então, PF e Depen uniram forças para monitorar a ação das organizações criminosas. A força-tarefa foi batizada de Projeto Satélite.

Divisão especial

A união da PF com as forças policiais estaduais em 2010 no Projeto Satélite foi o embrião da criação da Divisão de Ações Sobre Organizações Criminosas (Dasoc). A força-tarefa, formada por policiais civis, militares e agentes penitenciários escolhidos a dedo, é a principal ação do estado contra a atividade de facções criminosas.

A divisão foi formalizada por portaria em setembro do ano passado. Segundo Mesquita, até 2010, quando o monitoramento das fações foi intensificado, nenhuma informação coletada nos presídios era analisada. “Na época, dois agentes penitenciários passaram uma semana na PF aprendendo a coletar dados, tratá-los e a estabelecer padrões de coleta. Antes disso, tudo ia para o lixo”, afirmou o secretário.

Facções criminosas no Paraná

As duas facções mais atuantes após o PCC somam apenas 177 detentos. Confira quantos membros têm cada uma delas:


Fonte: Departamento de Inteligência do Estado do Paraná (Diep). Infografia: Gazeta do Povo.

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Fonte: Gazeta do Povo
Por: Redação
Data: 17/01/2017 01h57min

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